À medida que nos aproximamos das eleições na UE em Junho, e tendo em conta que a transição energética justa e equitativa continuará a ser uma das principais prioridades da UE, deverão as opiniões dos cidadãos ser tidas em consideração pelos legisladores e decisores políticos?
15.000 cidadãos Alemães, Franceses e Polacos foram convidados a avaliar e classificar 40 medidas de política climática, para um inquérito realizado por investigadores da Universidade de Oxford, Humboldt-Universität zu Berlin e Hertie School em cooperação com o Centro Jacques Delors (1).
De acordo com este recente inquérito, publicado a 7 Março 2024, as opiniões continuam muito favoráveis à transição energética e às medidas de descarbonização em geral apesar dos efeitos económicos negativos mas em cada um destes três países, a proibição de venda na EU a partir de 2035 de veículos ligeiros novos, equipados com motores de combustão interna, é a medida de política climática menos popular.
Embora os mesmos cidadãos sejam portanto a favor de medidas de apoio às novas tecnologias de transporte, como os veículos elétricos, rejeitam medidas de proibição que restringem a sua liberdade de escolha entre opções alternativas de mobilidade e que utilizam tecnologias alternativas de descarbonização.
A legislação da UE reconhece já hoje a redução de emissões de CO2 que os combustíveis renováveis oferecem quando utilizados em aviões e navios, mas a mesma legislação pressupõe que nenhuma redução de CO2 deve ser reconhecida para os mesmos combustíveis renováveis se e quando utilizados em automóveis ligeiros.
Com base neste pressuposto contraditório, a venda de automóveis ligeiros com motores de combustão interna será proibida a partir de 2035 e os veículos elétricos serão a única opção para todos os cidadãos, desafiando a necessidade de uma mobilidade acessível e sustentável para todos os cidadãos da UE de uma forma justa e equitativa.
Os automóveis com motores de combustão interna alimentados por combustíveis renováveis dão aos cidadãos da UE a possibilidade de reduzir já hoje as suas emissões de CO2 e de participar no processo de descarbonização rodoviária a um custo global muito mais baixo por ser à medida das suas capacidades económicas, utilizando os veículos existentes.
Então, por que razão é que essa opção deverá ser proibida?
1.Leia as conclusões do inquérito aqui