A Aliança Industrial da Cadeia de Valor de Combustíveis Renováveis e de Baixo Carbono (Renewable and Low-Carbon Fuels Value Chain Industrial Alliance) fomenta a colaboração voluntária de empresas e organizações que compartilham uma visão comum para a cadeia de valor de combustíveis renováveis e de baixo carbono.

Esta nova iniciativa, fundada em abril deste ano, tem como principal objetivo aumentar a produção e o fornecimento de combustíveis renováveis e de baixo carbono aos setores da aviação e do transporte marítimo, tendo como objetivo final garantir que estes setores tenham acesso suficiente a estes combustíveis, contribuindo assim para a redução das emissões em 90% de GEE do setor dos transportes até 2050.

Liderada pela Comissão Europeia, a Aliança é uma medida fundamental de acompanhamento das iniciativas FuelEU Maritime e RefuelEU Aviation, e está aberta a todas as empresas e organizações, órgãos e agências da UE, Estados-Membros, autoridades locais e regionais e suas agências, organizações reconhecidas de parceiros sociais, bem como outros grupos interessados, organizações da sociedade civil e membros das Horizon Europe Partnerships. Para aderir à Aliança, uma organização deve assinar a declaração, através da qual se compromete com a sua visão e em contribuir para o seu trabalho operacional.

A adesão da Apetro a esta Aliança em setembro de 2022, está em linha com a posição que há muito defende, através da qual tem alertado para os riscos sociais, económicos e tecnológicos, inerentes a ignorar a contribuição significativa dos combustíveis renováveis e de baixo carbono para a descarbonização do transporte rodoviário. A Apetro deseja assim contribuir ativamente para ajudar a Aliança a atingir seus objetivos, participando ativamente em futuras ações sobre aspetos relevantes da cadeia de valor destes combustíveis.

A Apetro apoia sem reservas o objetivo de a União Europeia de alcançar a neutralidade climática até 2050, mas considera que este enorme desafio só será atingido através dos esforços combinados dos cidadãos, academia, indústria e de todos os atores das diferentes cadeias de valor da energia.

Considerar exclusivamente a eletrificação como a única tecnologia para alcançar a neutralidade climática no transporte rodoviário, apesar das disparidades e insuficientes infraestruturas de produção e carregamento na EU de eletricidade de baixo e zero carbono nos Estados-Membros, e das incertezas geopolíticas, especialmente no que concerne ao acesso e disponibilidade de matérias-primas, não nos parece a via para alcançar o arrojado objetivo que temos pela frente.

O motor de combustão interna, sobretudo na sua versão híbrida, é um complemento necessário à eletrificação do transporte rodoviário e o seu futuro, condicionado à utilização de combustíveis renováveis e de baixo carbono, pode ser uma estratégia rentável a longo prazo, permitindo um contributo imediato para a redução das emissões de CO2 dos veículos em circulação e acelerando o potencial de redução das emissões, face às reduções previstas, com apenas a renovação progressiva do parque automóvel.

A Apetro defende que os combustíveis neutros em emissões de CO2 para a atmosfera têm condições para vir a substituir progressivamente os combustíveis fósseis e satisfazer em 2050 quase toda a procura de combustível líquido. No entanto, para isso é necessário que os decisores políticos tenham em conta a neutralidade tecnológica e que se mobilizem todas as tecnologias existentes para alcançar a neutralidade climática.

A nível nacional, a Apetro faz parte da Plataforma para a promoção dos combustíveis de baixo carbono (PCBC). Esta Plataforma tem objetivos semelhantes aos da Aliança – os seus membros estão empenhados em contribuir para uma economia neutra para o clima até 2050 através da diversidade de vetores energéticos e soluções tecnológicas, baseada na neutralidade tecnológica e na transição para combustíveis de zero ou baixo teor de carbono produzidos a partir de matérias-primas alternativas - como biomassa sustentável, agrícola e florestal, e resíduos (biocombustíveis); eletricidade renovável; água e CO2 (combustíveis sintéticos e renováveis derivados do hidrogénio).

Fique a saber mais sobre a Aliança e a PCBC nos respetivos websites.