A diversidade é o melhor ativo de qualquer empresa A inclusão de diversidade traz benefícios inigualáveis no ambiente corporativo, desde a inovação até à complementaridade de competências técnicas e sociais. Acima de tudo, a diversidade traz heterogeneidade, diferentes perspetivas, empatia, algo que é imprescindível não só em ambiente profissional, mas também como indivíduos de uma sociedade cada vez mais globalizada.
Com o intuito de acompanhar a mudança e a evolução global do paradigma energético e climático, também a diversificação do clássico portfolio das empresas petrolíferas têm feito parte dos planos estratégicos das mesmas. Durante 2020 verificou-se um evidente aumento no investimento em tecnologias de baixas ou nulas emissões de carbono, como é o caso do hidrogénio e da captura e armazenamento de CO2.
Mas 2020 trouxe-nos novos desafios e reflexões. A crise sanitária provocou uma grande disrupção na indústria energética mundial, onde a procura de energia diminuiu em cerca de 5% e os investimentos em 18% (IEA, 2020). Ainda que consequentemente se tenha verificado uma diminuição temporária de cerca de 7% das emissões de CO2 provenientes desta indústria, é preciso fazer mais para atingir as metas do acordo de Paris.
As empresas do setor têm encarado esta mudança como uma oportunidade de terem um papel ativo na solução, e têm vindo a adaptar progressivamente as suas estratégias com o objetivo de serem consideradas empresas integradas de energia, mais responsáveis económica, social e ambientalmente, não só nos seus negócios e operações, mas também nas comunidades onde estão integrados.
Em Dezembro de 2020, esta posição é evidenciada quando oito das principais empresas mundiais de energia - BP, Eni, Equinor, Galp, Occidental, Repsol, Royal Dutch Shell e Total - anunciaram que irão cumprir seis princípios para a transição energética através da Climate Action 100+:
- Apoio público aos objetivos do Acordo de Paris, incluindo a cooperação internacional para minimização dos custos globais para a economia.
- Descarbonização da indústria através da redução das emissões das suas operações e do consumo de energia.
- Colaboração com os stakeholders, incluindo os consumidores de energia, investidores e governos para desenvolver e promover abordagens que contribuam para a redução de emissões.
- Desenvolvimento de sumidouros de carbono, tais como as tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e os sumidouros naturais.
- Transparência na divulgação da informação relacionada com os riscos e oportunidades decorrentes das alterações climáticas.
- Divulgar a participação e o alinhamento da Indústria e das associações setoriais relativamente à defesa do clima.
Para atingir a neutralidade carbónica não existem soluções simples, nem únicas, será necessário recorrer a uma ampla gama de soluções que se complementam. Cabe a cada governo estabelecer a sua mistura energética para atingir a descarbonização da economia, garantido a criação de valor para a sociedade como um todo. Mas acima de tudo devemos refletir sobre como podemos atingir uma transição energética sustentável de forma holística, tornando-se fundamental que os impactos ambientais, sociais e económicos não sejam considerados apenas a nível local, mas sim a uma escala global, fazendo uma análise do ciclo de vida completa destas soluções, bem como contabilizando todas as emissões ao longo da cadeia de valor, para que todo o planeta possa ser impactado positivamente.
Ana Rita Gomes, Ambiente, Qualidade e Segurança, Apetro
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