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Outubro 2020
A dependência de recursos minerais na transição energética
O desenvolvimento tecnológico de setores considerados chave, como as energias renováveis, a mobilidade elétrica e a digitalização, está associado a recursos minerais estratégicos, cuja disponibilidade é fortemente condicionada pela geopolítica mundial. Um exemplo de matérias-primas com alto risco de abastecimento são as terras raras, utilizadas nas turbinas eólicas, painéis solares e motores de tração em veículos híbridos e elétricos.
A eletrificação é uma opção naturalmente apelativa, não só devido a uma redução substancial e quase imediata de emissões, mas também devido à abundância de fontes de energias renováveis em Portugal.
No caso do desenvolvimento das baterias utilizadas na energização de veículos elétricos e no armazenamento de energia de diversas fontes, o lítio é um elemento altamente estratégico. Segundo a Comissão Europeia, estima-se que sejam necessários grandes investimentos a médio prazo, de modo a evitar o seu déficit no mercado após 2025, uma vez que num cenário de grande procura da mobilidade elétrica, a procura atual de Li poderá aumentar, relativamente à atual, cerca de 15 vezes em 2030 e mais 40 vezes em 2050.
A utilização direta de lítio em baterias é feita através de carbonatos de lítio (Li2Co3), localizando-se na América do Sul cerca de 75% das reservas conhecidas. Em países como o Chile, Perú e Bolívia é possível extrair cloreto de lítio (LiCl) em concentrações entre 200 e 400 ppm, através da evaporação da água presente em lagos na cordilheira Andina. O LiCl é transformado em carbonato por eletrólise, purificado e comercializado.
Na União Europeia, Portugal é o país com maiores reservas de lítio. No entanto, aqui os recursos de lítio são provenientes de jazigos minerais, sendo cerca de 85% utilizados na indústria da cerâmica. O processamento mecânico e químico do minério faz com que seja necessário um avanço tecnológico para garantir a viabilidade económica destas reservas na aplicação a baterias. Segundo a proposta do orçamento do Estado Português para 2021, pretende-se desenvolver um cluster de lítio através do lançamento de um concurso público para que haja a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de lítio e minerais associados.
Apesar do grande potencial de Portugal nos setores energéticos emergentes, a matriz energética continuará a ser fortemente influenciada pela geografia mundial, onde o equilíbrio entre a oferta e a procura será fundamental para garantir um desenvolvimento sustentável. Para tal, é crucial avaliar-se o impacto associado ao desenvolvimento de novas e atuais tecnologias durante todo o seu ciclo de vida, incluindo a pegada de carbono, desde a exploração responsável de recursos geológicos até ao tratamento dos resíduos produzidos.
A forte dependência dos recursos geológicos, finitos, continuará numa sociedade cada vez mais desenvolvida tecnológica e digitalmente, sendo imprescindível e imperioso considerar as suas repercussões transfronteiriças de modo a fazer a transição para um modelo energético verdadeiramente sustentável.
Ana Rita Gomes, HSEQ, Apetro
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