APETRO - Energia em evolução

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A Conferência da Apetro 2021 “Os Combustíveis do futuro”, este ano em formato digital, decorreu no passado dia 25 de maio e contou com a presença de 20 oradores de renome e um público de cerca 350 participantes.

A conferência foi moderada pela nova diretora do Diário de Notícias, Rosália Amorim, uma presença já habitual nas conferências da Apetro. Na sua abertura, a jornalista destacou o papel dos combustíveis do futuro no mix energético para a transição energética e a sua importância na competitividade da economia.

As boas-vindas e agradecimentos foram dados pela presidente da Apetro, Sofia Tenreiro, ressalvando que “a Apetro e as suas associadas querem reafirmar o seu compromisso de descarbonização da economia, tendo vindo a trabalhar de forma muito afincada para encontrar e implementar soluções que permitam acelerar essa descarbonização e colocar o planeta primeiro lugar”. Sofia Tenreiro acrescentou ainda que “esperamos que as entidades governamentais consigam encontrar e definir um quadro regulatório estável e tecnologicamente neutro, de forma a estas soluções possam ser competitivas, eficientes e exequíveis”.

A primeira intervenção “Clean Fuels For All – Low Carbon Liquid Fuels” foi de John Cooper, Diretor Geral da FuelsEurope e Concawe, que menciona que “as políticas públicas para a década de 2020/2030 não são suficientes para chegar ao objetivo de neutralidade climática, existindo um fosso significativo entre as leis que estão em vigor hoje e o que é necessário para atingir o mesmo objetivo”. Com a utilização dos combustíveis líquidos de baixo carbono “pretende-se uma redução de cerca de 100 milhões de toneladas de CO2 adicional até 2050, uma redução que por si só seria o equivalente a colocar 50 milhões de veículos elétricos”. John Cooper reconhece que “como uma indústria é preciso reconhecer que a eletrificação é muito boa solução para certos tipos de transporte, funcionando muito bem com energia renovável e com baixas emissões globais de carbono”. No entanto, “é preciso ter em atenção que para ter todos os veículos eletrificados, a Europa terá de ter um fornecimento muito forte de materiais críticos para a produção de pilhas e baterias”.

A Liquid Gas Europe também esteve presente com a sua Diretora Geral, Filipa Rio, através da intervenção “BioGPL – uma via renovável para 2050”, que começa por realçar que “o Green Deal destina-se a proporcionar uma transição energética justa e equitativa, que não deve deixar ninguém para trás, e isso significa que não há uma solução única para todos”. Ressalva que o GPL de hoje e o bioGPL de amanhã desempenharão um papel fundamental na descriminalização de custos como parte de um misto de soluções. O novo estudo da LGE mostra que todo o mercado europeu de GPL pode ser 100% renovável até 2050, assumindo um quadro político favorável.

As associadas da Apetro assumiram o compromisso para a descarbonização da economia e têm vindo a desenvolver projetos e tecnologias fundamentais para o novo mix energético.

O debate, moderado pela jornalista Rosália Amorim, começou por dar início com uma breve discussão de ideias, terminando com as mensagens finais de cada um dos intervenientes.

  • Ana Calhoa, ABA
  • Hélder Pedro, ACAP
  • Campos Rodrigues, AP2H2
  • Jaime Braga, APPB
  • João Bernardo, DGEG
  • Filipe Meirinho, ENSE
  • Mariana Pereira, ERSE
  • António Costa e Silva, IST

A sessão de encerramento foi realizada com a intervenção do Senhor Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, destacando que “os combustíveis fósseis tradicionais deverão ser progressivamente substituídos, sobretudo por eletricidade renovável. Contudo, a eletrificação não é, atualmente, uma opção viável em todo o setor dos transportes devido ao custo e ao volume e densidade de energia pelo que, no médio prazo, será necessário garantir o desenvolvimento, promoção e oferta de combustíveis líquidos alternativos, produzidos a partir de recursos renováveis que cumpram os mais altos critérios de sustentabilidade”.

O Secretário-Geral da Apetro, António Comprido, fez o resumo do evento, que considerou muito rico, com intervenções de muito valor e muito diversificadas, afirmando que: “há um ponto que não merece discussão, acho que todos nós já interiorizámos que o objetivo da descarbonização é transversal a toda a sociedade e todos estamos empenhados em prossegui-lo”.

António Comprido chamou a atenção para a necessidade de evolução em várias frentes, e na necessidade de distinguir a energia primária, onde claramente haverá um decréscimo do recurso às fontes fósseis e uma contribuição cada vez maior às energias renováveis. Sublinhou também o imperativo de avaliar as questões sociais decorrentes da transformação em curso pois enfrentamos “ um problema complexo, um problema holístico e que só com a contribuição de todos, da Academia, dos organismos de investigação e desenvolvimento, da indústria, que traz para o dia-a-dia, para a prática, a aplicação desse conhecimento. Do Estado e dos organismos reguladores, espera-se um quadro regulatório suficientemente estável, não discriminatório e que incentive a evolução não ostracizando nem divinizando quaisquer soluções.

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