A Repsol assinou esta sexta-feira a compra da Asterion Energies ao fundo de infraestruturas europeu Asterion Industrial, por 560 milhões de euros, mais um máximo de 20 milhões num conceito de pagamentos contingentes. Esta operação é um marco importante na ambição da Repsol em tornar-se num ator global no setor das energias renováveis, e reforça a posição da Empresa em mercados-chave na Europa.
Asterion Energies, plataforma de desenvolvimento criada pela Asterion em 2019, gere uma carteira de projetos, principalmente em desenvolvimento, de 7.700 megawatts (MW) renováveis em Espanha, (84%), Itália (12%) e França (4%), mercados estáveis e com grande potencial.
A carteira de ativos da Asterion Energies inclui 4.900 MW de geração solar fotovoltaica e 2.800 MW de geração eólica, dos quais 2.500 MW, encontram-se em estado avançado de desenvolvimento ou construção. Além disso, a Asterion Energies conta com uma equipa especialista em desenvolvimento de projetos renováveis e de armazenamento, que se juntará ao ambicioso projeto de crescimento da Repsol neste negócio.
Para Josu Jon Imaz, CEO da Repsol, “estamos a materializar a ambição de sermos líderes na transição energética com passos firmes, tais como esta aquisição de ativos, para cumprir os nossos objetivos de crescimento, diversificação e foco na multienergia. Os projetos e o talento humano que incorporamos com esta transação, complementam perfeitamente a nossa estratégia.”
Jesús Olmos, CEO da Asterion Industrial, referiu: “estamos orgulhosos por ter criado, do zero, esta plataforma europeia, e termos alcançado um crescimento exponencial nos últimos três anos. Estamos convencidos de que a Repsol é o parceiro certo para continuar esta história de crescimento e para continuar a contribuir para a transição energética.”
A operação está sujeita às aprovações habituas neste tipo de transações.
Crescente presença internacional nas energias renováveis
Desde que, em 2019, se tornou na primeira empresa do seu setor a assumir o compromisso de alcançar as zero emissões líquidas até 2050, a Repsol tem alcançados os seus objetivos de diversificar geograficamente o seu negócio de renováveis, complementar as suas capacidades, melhorar o seu portefólio, e criar uma plataforma sólida com grande potencial de crescimento, e com a ambição de ser um operador global de baixas emissões.
O Plano Estratégico de 2021-2025 prevê atingir 6.000 MW de capacidade instalada até 2025 e 20.000 MW até 2030. A carteira de projetos de geração de energia renovável instalada da Repsol, antes da transação, ultrapassava os 1.600 MW. A empresa tem 1,470 MW de capacidade instalada renovável em Espanha, 62,5 MW nos Estados Unidos, 96 MW no Chile e 3 MW, no parque eólico flutuante WindFloat Atlantic (Portugal). Além disso, já tem mais de 2.000 MW em construção: 1.180 MW em Espanha, 719 MW nos Estados Unidos e 120 MW no Chile.
Entre os ativos mais relevantes em Espanha, encontram-se o parque eólico Delta, em Aragão (335 MW); a central solar fotovoltaica Valdesolar, em Badajoz (264 MW), e o complexo fotovoltaico Kappa, na Cidade Reall (126,6 MW). Os projetos Delta e Kappa são detidos em 49% por Pontegadea, um dos principais grupos de investidores do mundo, e o de Valdesolar, também em 49%, pelo The Renewables Infrastructure Group (TRIG). Estas transações de entrada de um sócio minoritário, que decorreram em novembro de 2021, março e julho de 2022, respetivamente, implicaram a consolidação de um modelo de rotação de ativos, através do qual se reforça a sua rentabilidade de dois dígitos. No que diz respeito ao projeto eólico Delta II, cujas obras tiveram início em 2021, já estão em operação dois dos seus 26 parques. Esta instalação aragonesa, uma vez finalizada, contará com 860 MW de capacidade, tornando-se no maior projeto renovável da Empresa até à data.
Ainda, em junho de 2022, a Repsol incorporou a EIP e o Crédit Agricole Assurances, como sócios na Repsol Renováveis, uma operação que valorizava esta unidade em 4.383 milhões de euros.
A Repsol conta também com outros projetos em desenvolvimento em Espanha, que somam mais de 700 MW: o eólico PI, situado em Castela e Leão; o fotovoltaico Sigma, na Andaluzia; e dois fotovoltaicos nas regiões de Alicante e Guadalajara, que se encontram em tramitação administrativa. A Empresa dispõe ainda de uma carteira hidroelétrica relevante no Norte de Espanha (Aguayo-Aguilar, Navia e Picos), com uma capacidade instalada de 693 MW e um projeto ambicioso de ampliação da central de bombagem de Aguayo, logo que as condições de regulação o permitam.