Este crescimento foi impulsionado por uma economia global robusta e por maiores necessidades de climatização de edifícios nalgumas regiões. O gás natural, impulsionado pela substituição do carvão, surgiu como o combustível de eleição, apresentando a sua maior taxa de crescimento anual desde 2010, com 4,6%, o segundo ano consecutivo de forte crescimento, e sendo responsável por 45% do aumento do consumo de energia, aumento especialmente expressivo nos Estados Unidos e na China, que aumentou quase 18%.
Os Estados Unidos tiveram o maior aumento na procura de petróleo e gás de todo o mundo, com o seu consumo de gás a aumentar 10% em relação ao ano anterior, o aumento mais rápido desde que a AIE iniciou os registos, em 1971. Para colocarmos estes valores em perspetiva, será interessante referir que o aumento anual da procura de gás natural nos EUA, no ano passado, foi equivalente ao atual consumo de gás natural do Reino Unido.
Estes e outros resultados, são parte da avaliação mais recente da Agência Internacional de Energia sobre o consumo global de energia e emissões de CO2 relacionadas com a produção de energia em 2018. O relatório “Global Energy & CO2 Status” fornece uma visão atualizada dos mercados energéticos, incluindo os últimos dados disponíveis sobre petróleo, gás natural, carvão, eólica, solar, energia nuclear, eletricidade e eficiência energética.
Segundo este relatório, a procura aumentou para todos os combustíveis, com os combustíveis fósseis a registarem quase 70% do crescimento, pelo segundo ano consecutivo. A procura por petróleo cresceu 1,3% em todo o mundo, com os Estados Unidos a liderarem o aumento global, pela primeira vez em 20 anos, graças a uma forte expansão na indústria petroquímica, ao aumento da produção industrial e do transporte pesado de mercadorias.
A geração de energia solar e eólica cresceu a dois dígitos, com a solar a aumentar em 31%. Ainda assim, este crescimento não foi suficientemente rápido para fazer face ao aumento global da procura de eletricidade, o que levou a que utilização de carvão também crescesse.
Como resultado, as emissões globais de CO2 relacionadas com a produção de energia aumentaram 1,7% para 33 Gigatoneladas (Gt) em 2018, com o carvão a representar um terço deste valor, embora o seu consumo global tenha aumentado apenas 0,7%, com aumentos observados apenas na Ásia, particularmente na China, na Índia e em alguns países do sul e sudeste da Ásia.
A procura global de eletricidade cresceu 4% em 2018, para mais de 23.000 TWh, o que representa uma participação de 20% no consumo total de energia final. O aumento da geração de eletricidade, foi responsável por metade do crescimento na procura de energia primária, com as energias renováveis a contribuírem com quase 50%. A China continua a ser líder nas renováveis, tanto na energia eólica como na solar, seguida pela Europa e pelos Estados Unidos.
A energia nuclear também cresceu 3,3% em 2018, com a geração global a alcançar níveis anteriores a Fukushima, principalmente como resultado de novas centrais na China e do reatamento de quatro reatores no Japão. Em todo o mundo, as centrais nucleares atingiram 9% do aumento da procura de eletricidade.
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