Segundo este relatório, os mercados globais de petróleo estão num período de mudanças extraordinárias, com os Estados Unidos a liderarem cada vez mais a expansão do fornecimento mundial de petróleo, e a produção de petróleo bruto mais pesado a ser limitada por sanções e contenção de produção nos principais países produtores, contribuindo tudo isso para uma transformação do seu fornecimento global, com implicações críticas para a segurança energética e o equilíbrio do mercado ao longo do período de previsão, isto é, até 2024.
Embora os Estados Unidos detenham o maior aumento na procura global em 2018, o crescimento continua a afastar-se das economias desenvolvidas e dos combustíveis de transporte, confirmando uma mudança para a Ásia e para a petroquímica. Essas mudanças terão consequências profundas tanto no comércio como na refinação, setor que terá igualmente que se adaptar globalmente às novas especificações de combustíveis marítimos exigidas pela IMO (International Maritime Organization), que entrarão em vigor em 2020, e que são das mais profundas já ocorridas relativamente a estes produtos.
A refinação enfrenta assim um duplo desafio: um crescimento explosivo de capacidade de cerca de 9 mb até 2024, e mudanças na qualidade do petróleo bruto e dos produtos refinados.
A China ultrapassará os Estados Unidos para se tornar o líder mundial em termos de capacidade instalada, enquanto os Estados Unidos estarão em posição privilegiada como fornecedores de tipos de petróleo bruto leves, cuja procura é crescente, e com petróleo de xisto a satisfazer aos novos requisitos da IMO e a fornecer as quantidades de produtos necessários para a indústria petroquímica.
Um fator chave que sustenta o crescimento da procura é que as principais economias em desenvolvimento se continuarão a expandir. China e Índia responderão por 44% do crescimento de 7,1 mb / d na procura global esperada para 2024. Apesar de sua recente desaceleração, o PIB da China mais do que duplicou em termos reais na década passada e continua a crescer a um ritmo saudável. Quanto à Índia, enquanto o seu PIB per capita ainda é apenas um quinto do da China, está a crescer mais fortemente: até 2024, esperando-se que o crescimento da procura de petróleo da Índia corresponderá à da China em 2024.
À medida que a procura de gasolina diminui devido a melhorias contínuas na eficiência, que farão com que a taxa global de crescimento diminua para menos de 1% ao ano, os produtos para a petroquímica e o combustível de aviação continuarão a apresentar um crescimento robusto. Apesar dos esforços para reduzir o uso de plásticos e incentivar a reciclagem, a sua procura, liderada pela China e pela India, aumentará, o que significa haver necessidade de mais produtos para a petroquímica, esperando-se que incrementem em 2,2 mb / d o consumo de petróleo ao longo do período de previsão, representando 30% do crescimento global. O outro grande setor de crescimento é a aviação, devido ao aumento do número de passageiros, sendo que a Ásia responderá por 75% desse aumento. Em termos absolutos, enquanto a China apresenta o maior salto na procura, a Índia regista a taxa mais rápida de crescimento, com uns impressionantes 8,2% ao ano.
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