A União Europeia está no bom caminho para cumprir e ultrapassar o seu objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 20%, até 2020, de acordo com um relatório publicado recentemente pela Agência Europeia do Ambiente (EEA).
As projeções mais recentes dos Estados-Membros mostram que a UE está a caminhar para uma redução de 24% até 2020, com as medidas atualmente em vigor, e uma redução de 25% com medidas adicionais já a ser planeadas nos Estados-Membro. A UE já está a trabalhar em direção ao seu objetivo de redução de emissões de pelo menos 40% até 2030- a contribuição da UE para o novo acordo sobre alterações climáticas globais em Paris, em dezembro próximo.
O Comissário Europeu para a “Ação Climática e Energia”, Miguel Arias Cañete, disse: "Esses resultados falam por si: a Europa conseguiu reduzir as emissões em 23% entre 1990 e 2014, enquanto a economia europeia cresceu 46% no mesmo período Temos demonstrado de forma consistente que a proteção climática e crescimento económico caminham lado a lado. Este é um sinal forte em antecipação à conferência do clima de Paris, de que a Europa mantem os seus compromissos e de que as nossas políticas climáticas e energéticas funcionam”.
São sem dúvida boas notícias, com as quais a Indústria Petrolífera se congratula, pois a sua quota-parte na conquista destes resultados é significativa, não só pela sua capacidade de inovação, onde ocupa o primeiro lugar no campo da inovação de processo, como no campo da inovação de produto, onde ocupa o 4.º lugar, de acordo com análises da própria Comissão Europeia relatadas no “European Competitiveness Report 2013”.
Contudo, segundo o “
World Energy Outlook Special Report de 2015", a economia mundial cresceu cerca de 3% em 2014, tendo o dióxido de carbono relacionado com a energia (CO2), permanecido estável pela primeira vez em pelo menos 40 anos, fora de uma situação de crise económica.
Este enorme desfasamento deverá ser tido em consideração, tanto mais que há que considerar que a produção e utilização de energia é responsável por dois terços de gases de efeito estufa do mundo.
O mundo está num momento crítico quanto aos seus esforços para combater as alterações climáticas e a criar balanço para a 21ª Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, (COP21), em Paris, em Dezembro de 2015.
Isto significa que os compromissos assumidos na conferência de Paris, devem implicar cortes profundos das emissões, ao mesmo tempo que garantam o crescimento da economia mundial, reforçando a segurança energética em todo o mundo e trazendo energia moderna para os milhares de milhões que dela ainda não usufruem, sendo fundamental que o acordo alcançado na COP21 seja abrangente geograficamente, o que significa que deve ser equitativo, refletindo tanto as responsabilidades nacionais e regionais, como as circunstâncias prevalecentes.
De forma realista, não só reconhecemos a necessidade de um modelo energético sustentável e capaz de travar o evidente fenómeno do aquecimento global, como queremos fazer parte da solução.
Não perdendo de vista o imprescindível equilíbrio entre todos os produtos energéticos na economia, há que reconhecer que a Indústria Petrolífera dá um importantíssimo contributo para a economia e a segurança do aprovisionamento energético e, face à sua exposição internacional, deve continuar a receber total proteção contra a “fuga de carbono”, numa UE que, além de desfraldar na dianteira o estandarte ambiental, deverá ter em consideração o custo da energia e a competitividade, bem como a necessidade de manter sistemas energéticos existentes que acrescentam valor e garantam o abastecimento da economia da UE".