ÁREA RESERVADA
{{link.titulo}} Login

Notícias

16/02/2016

“BP Energy Outlook” prevê transição para um futuro de mais baixo teor de carbono

Energia e Clima
Apesar da atual pouca robustez dos mercados globais de energia sem_ttulo1.pnge do abrandamento do crescimento da China, a procura de energia continuará a crescer ao longo dos próximos 20 anos e para além desse período, acompanhando a expansão da economia mundial  e a necessidade de energia para alimentar um maior nível de atividade.
De acordo com a edição de 2016 do “BP Energy Outlook” recentemente publicado, que analisa as tendências energéticas a longo prazo e desenvolve projeções para os mercados mundiais de energia nas próximas duas décadas, a procura global de energia deverá aumentar 34% entre 2014 e 2035, à média de 1,4% ao ano. Este crescimento da procura global inclui mudanças significativas na matriz energética, com os combustíveis de baixo carbono a crescer mais rapidamente do que os combustíveis com maior teor de carbono e com o mundo a começar a transição para um futuro de menor teor de carbono.
"No meio de uma recessão nos preços do petróleo e do gás, é importante não só adaptarmo-nos às difíceis condições atuais, como também prepararmo-nos para o próximo conjunto de desafios. A energia é uma indústria de ciclos longos e precisamos de uma perspetiva de longo prazo quanto à evolução do panorama energético em que operamos” disse Bob Dudley, CEO do Grupo, que acrescentou, "como demonstra o Outlook deste ano, o mundo vai continuar a exigir fornecimentos crescentes de energia, mas a composição do cabaz energético está a mudar e a tornar-se menos intensivo em carbono. No entanto, ações políticas adicionais podem ser necessárias para cumprir as metas internacionais para limitar as emissões de carbono".
Apesar do rápido crescimento de outras fontes, o petróleo e o gás continuarão a ser fontes chave de crescimento e as formas dominantes de energia até 2035, sendo responsáveis por 60% do aumento previsto na procura, e por quase 80% do abastecimento de energia mundial total em 2035.
O gás será o combustível fóssil com mais rápido crescimento, aumentando 1,8% ao ano, e o petróleo irá crescer de forma constante 0,9% ao ano, embora a sua participação relativa no cabaz energético continue a diminuir. Projeta-se um desaceleração acentuada do crescimento do carvão, de tal forma que em 2035 a sua participação no cabaz energético atinga o ponto mais baixo de sempre, sendo substituído pelo gás como a segunda maior fonte de energia primária.
Os combustíveis não fósseis deverão crescer ainda mais rapidamente do que o previsto no Outlook do ano passado. As energias renováveis, incluindo os biocombustíveis, deverão crescer à volta de 6,6% ao ano e, como resultado, a sua participação no cabaz aumentará dos atuais 3% para os 9% em 2035.
O crescimento da população mundial e o aumento do rendimento disponível são as principais razões para a procura crescente de energia. Em 2035, é esperado que a população mundial chegue quase aos 8,8 mil milhões, o que significa que um adicional de 1,5 mil milhões de pessoas vai precisar de energia. Durante esse mesmo período, o PIB deverá aumentar para mais do dobro, com a China e a Índia a serem responsáveis por metade do aumento previsto.
"A reforma em curso da economia da China para um padrão mais sustentável de crescimento, faz com que o crescimento da procura de energia - fortemente baseada no carvão - diminua acentuadamente, passando a um quinto da taxa registada ao longo dos últimos 20 anos", explicou Spencer Dale, CFO do Grupo BP. "O mundo está a mudar significativamente e vemos a evidência disso, em como e que tipo de energia é consumida."
Mais de metade do aumento global de energia é usada para a produção de eletricidade, com grande parte desse aumento a ocorrer em regiões onde uma grande parte da população tem acesso limitado a essa forma de energia. A geração de eletricidade é um sector onde todas as fontes de energia competem e vai desempenhar um papel de relevo na evolução da matriz energética, à medida que as energias renováveis e o gás substituam o carvão nas centrais elétricas . As energias renováveis representam mais de um terço do crescimento esperado na geração de eletricidade.
O forte crescimento das economias emergentes irá conduzir à procura de petróleo, com a China e a Índia a representarem mais de metade do aumento da procura mundial, e o número de veículos no planeta a mais do que duplicar.
O fornecimento de gás natural cresce de forma robusta, impulsionado por fortes aumentos na produção de gás de xisto em todo o mundo - está projetado crescer 5,6% ao ano. A participação do gás de xisto na produção total de gás sobe de 10% em 2014 para quase 25% em 2035.
O abastecimento global de combustíveis líquidos vai expandir-se em cerca de 19 milhões de barris por dia em 2035, liderados pelo crescimento da oferta não-OPEP, particularmente  do petróleo de xisto dos Estados Unidos. É provável que a OPEP reaja para manter a sua quota de mercado de cerca de 40%.
É esperado que a taxa de crescimento das emissões de carbono durante o período analisado se reduza para metade em relação aos últimos 20 anos - um crescimento de 0,9% ao ano, em comparação com 2,1%. A redução acentuada da taxa de crescimento das emissões reflete, quase equitativamente, rápidas melhorias na eficiência energética e uma redução da intensidade de carbono.
O mundo está a fazer a transição para um sistema energético de baixo teor de carbono, e a reunião do COP21 em Paris, em dezembro passado, representou um significativo passo nesta jornada.  
Contudo, as emissões de carbono projetadas apresentam um crescimento, o que sugere a necessidade de novas medidas políticas. Um preço global significativo para o carbono, será provavelmente o mecanismo mais eficiente, através do qual se alcance uma transição ainda mais rápida.
Para além do caso base, esta edição do Outlook também explora os riscos e as incertezas em torno da sua projeção central, para três casos alternativas: um crescimento mais lento do PIB mundial; uma transição mais rápida para um mundo de baixo carbono; e um mais forte crescimento do “shale gas e do “tight oil”.
> Clique aqui para ler mais ete interessante estudo