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08/10/2025

Europa não pode definir neutralidade tecnológica sem ouvir quem a entrega, alerta FuelsEurope

Energia e Clima

A FuelsEurope, associação que representa os produtores e fornecedores de combustíveis líquidos no continente, alertou que a União Europeia não pode definir uma política de neutralidade tecnológica sem envolver o setor responsável por fornecer as soluções que a tornam possível.

O comunicado surge após o anúncio da Presidente da Comissão Europeia sobre a criação de um Grupo de Trabalho sobre Neutralidade Tecnológica, resultado do Diálogo Estratégico para a Indústria Automóvel. Para a associação, trata-se de uma oportunidade crucial para construir uma política climática sólida, competitiva e baseada em ciência.

Neutralidade tecnológica com base na evidência

A FuelsEurope defende que o conceito de neutralidade tecnológica deve ser mais do que um princípio teórico. É, segundo a organização, um pilar essencial para garantir uma transição energética realista, sustentável e inclusiva, em que todas as tecnologias com potencial de redução de emissões sejam avaliadas de forma justa e transparente.

A associação sublinha que o setor de combustíveis deve participar ativamente no grupo de trabalho, trazendo a sua experiência industrial e científica. “A política europeia precisa regressar à ciência e à evidência”, afirmou Liana Gouta, diretora-geral da FuelsEurope. “A nossa indústria está pronta para contribuir com conhecimento, dados e soluções concretas.”

Combustíveis renováveis como parte da solução

Entre as tecnologias já disponíveis, a FuelsEurope destaca os biocombustíveis avançados e os e-combustíveis, capazes de reduzir significativamente as emissões de CO2 em toda a cadeia “do poço à roda”.

Ensaios recentes do projeto Tour d’Europe demonstraram que os combustíveis renováveis podem reduzir as emissões rodoviárias até 87%, sem necessidade de substituir os veículos e infraestruturas existentes.

Um apelo à cooperação

A associação apela a que o novo grupo de trabalho funcione com base em critérios objetivos — ambientais, económicos e sociais — e que envolva todos os atores relevantes da cadeia energética e industrial europeia.

“Sem a participação de quem produz e fornece energia, a neutralidade tecnológica será apenas um slogan, não uma estratégia eficaz”, conclui o comunicado.