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Notícias

09/05/2025

Indústria Europeia de Combustíveis está no bom caminho para cumprir o atual mandato SAF e superar as metas de 2030

Energia e Clima

Perante as declarações recentes do setor da aviação, que alegam não estarem os produtores de combustível a entregar as quantidades necessárias de Combustível de Aviação Sustentável (SAF) na EU, a indústria europeia de produção de combustíveis, através da FuelsEurope, rejeita tais alegações e garante estarem os seus  membros no bom caminho para cumprir o seu mandato atual e superar as metas de 2030.

Apesar dos desafios políticos e de investimento, os produtores europeus de combustível, comprometidos com a descarbonização da aviação e com o alcance das metas climáticas da EU, aumentaram rapidamente a produção de SAF e reduziram os custos.

A capacidade atual de HEFA (hoje o bio-SAF mais comum) operada pelos membros da FuelsEurope na UE é de cerca de 1,5 milhões de toneladas por ano. Uma capacidade adicional de 2,4 milhões de toneladas por ano deverá entrar em funcionamento até 2029. Em comparação, o SAF necessário para cobrir a obrigação de 2% de incorporação de reabastecimento da UE em 2025 é de 1 milhão de toneladas/ano (já produzido). O SAF necessário para cobrir o mandato de 6% em 2030, é de 2,7 milhões de Ton/ano e deverá ser cumprido.

A Agência para a Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) chega a conclusões semelhantes, prevendo que o fornecimento de SAF ultrapasse os 3,2 milhões de toneladas anuais até 2030, e a Argus Media prevê que a capacidade de SAF da UE exceda a procura pelo menos até 2035.

Atualmente, sete bio refinarias (com outra em transformação) já produzem combustíveis 100% renováveis para todos os modos de transporte, num volume total de cerca de 4 milhões de toneladas por ano fornecidas ao mercado da UE. Ao mesmo tempo, outras refinarias estão a migrar para o coprocessamento de combustíveis a partir de uma mistura de matérias-primas fósseis e sustentáveis. O SAF é uma grande prioridade nestas conversões, todas dedicadas a cumprir as metas do pacote Fit-for-55.

A nossa indústria sempre apoiou as metas climáticas da UE e contribui ativamente para a sua concretização, apesar de operar num ambiente instável, com uma estrutura legislativa fragmentada que não oferece previsibilidade para os investimentos de milhares de milhões de euros necessários para transformar as refinarias em centros de produção de combustível renovável, tem investido e assumindo riscos. No entanto, os desafios que enfrenta em relação à competitividade e ao ambiente de investimento na UE exigem a colaboração e o alinhamento entre todas as partes interessadas, promovendo discussões abertas e imparciais com os decisores políticos e alavancando todos os setores industriais e de produção estratégicos da UE.

Também em Portugal se está a dar atenção a esta matéria, tendo ocorrido no passado dia 5, uma reunião de trabalho no âmbito do RONDA - Roteiro para a Descarbonização da Aviação, organizada pelo Ministério do Ambiente e Energia e Ministério das Infraestruturas e Habitação, com a presença dos vários signatários da ASA (Aliança para a Sustentabilidade na Aviação), bem como da Agência para o Clima (ApC) e da ANAC - Associação Nacional para a Aviação Civil, que irão garantir a continuação dos trabalhos ao longo dos próximos meses.

As discussões foram levadas a cabo por três grupos que debateram os temas: Potenciar a produção de SAF e eSAF em Portugal; Operações aéreas nacionais mais sustentáveis; e Liderar a adoção de tecnologias aeronáuticas mais sustentáveis, ao que se seguiu a apresentação dos resultados em plenário, e uma mesa-redonda com o tema “Financiar a descarbonização da aviação”. 

Ficou clara a imprescindibilidade da utilização de SAF para a descarbonização do setor da aviação, sendo que a unidade de HVO/SAF em construção na refinaria da Galp, produzirá em 2026 o volume de SAF suficiente para que Portugal cumpra os 2% de incorporação a que está obrigado, substituindo assim gradualmente os combustíveis convencionais, por alternativas com menor intensidade carbónica, mas desempenho equivalente.

Leia aqui o Press Release da FuelsEurope na íntegra