“As grandes mudanças em curso deverão resultar num sistema energético global consideravelmente diferente até ao final desta década” – esta é a principal conclusão do World Energy Outlook 2023 (WEO) da AIE (Agência Internacional de Energia).
O WEO explora três cenários até 2050: o Cenário de Políticas Declaradas (Stated Policies Scenario - STEPS), o Cenário de Promessas Anunciadas ( Announced Pledges Scenario – APS), e o Cenário de Emissões Líquidas Zero (Net Zero Emissions), presumindo que a economia global aumente a uma média de 2,6% ao ano até 2050 nos três cenários, enquanto a população global se expande dos 8 mil milhões atuais para 9,7 mil milhões em 2050. Os preços da energia, do carbono e dos minerais encontram diferentes níveis de equilíbrio em todos os cenários, mas o potencial de volatilidade permanece elevado.
De acordo com este estudo recentemente lançado, o extraordinário aumento de tecnologias de energia limpa, como a solar, a eólica, os carros elétricos e as bombas de calor, estão a reconfigurar a forma como alimentamos tudo, desde fábricas e veículos, até eletrodomésticos e sistemas de aquecimento.
A eletrificação limpa, as melhorias na eficiência e a mudança para combustíveis com baixo ou zero carbono são alavancas fundamentais à disposição das economias para alcançarem as suas metas nacionais em matéria de energia e clima.
“A transição para energia limpa está acontecendo em todo o mundo e é imparável. Não é uma questão de ‘se’, é apenas uma questão de ‘quando’ – e quanto mais cedo melhor para todos nós”, disse o Diretor Executivo da IEA, Fatih Birol. “Governos, empresas e investidores precisam apoiar as transições para energias limpas, em vez de as impedir”.
O WEO-2023 também examina a evolução dos diferentes desafios de segurança energética num momento de crescentes tensões geopolíticas. A situação difícil no Médio Oriente, 50 anos após o choque petrolífero que levou à fundação da AIE, surge num momento em que muitos países continuam a enfrentar os efeitos da crise energética global que eclodiu no ano passado, e cria ainda mais incerteza numa economia global instável que está a sentir os efeitos de uma inflação obstinada e de elevados custos de financiamento.