"É necessário garantir uma transição suave e sem comprometer a segurança energética" - afirma Liana Gouta, nova Diretora Geral da FuelsEurope.
“As refinarias europeias têm agora o importante desafio de conseguirem encontrar o equilíbrio adequado entre a competitividade, a rentabilidade e a necessidade de investimentos massivos (até 650 mil milhões de euros) necessários para se converterem em produtoras de combustíveis renováveis. Este exercício apresenta riscos para a sua sobrevivência bem como potenciais consequências para a segurança energética europeia e aumento da dependência de combustíveis importados”, disse a diretora geral da Associação Europeia de Fabricantes de Combustíveis (FuelsEurope & Concawe), Liana Gouta, numa recente entrevista. Até recentemente diretora de Política Energética e Relações Internacionais da empresa grega HELLENiQ ENERGY, dirige desde o primeiro dia deste ano uma associação que representa 40 empresas e 98% da capacidade instalada de refinação na Europa, Reino Unido, Noruega e Suíça.
Num mundo que evolui cada vez mais no sentido da eletrificação e do hidrogénio, surge frequentemente a questão: porquê investir em refinarias "verdes"? Segundo Liana Gouta, a resposta é simples: “a eletrificação e o hidrogénio são tecnologias vitais, mas por si só não conduzem ao objetivo de emissões zero de carbono em toda a economia. Os combustíveis renováveis são uma peça crítica do puzzle para a neutralidade climática, para a descarbonização de setores como a aviação, o transporte marítimo e para partes do transporte rodoviário, bem como para alguns setores industriais muito importantes.“